
Disputado por exploradores europeus da Coroa Espanhola e Portuguesa em tempos pretéritos, o Pantanal tornou-se, na contemporaneidade, uma das áreas prioritárias para a conservação em todo o mundo.
Geologicamente em formação, trata-se de uma região de geografia ímpar, rica em biodiversidade e com uma opulência de elementos culturais em constante mutação, que o tornam fascinante.
É o menor dos seis biomas terrestres brasileiros. No Brasil, o Pantanal se estende por 150 mil quilômetros quadrados (km2) dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, área equivalente a 1,8% do território nacional. Uma pequena parte do bioma, algo como 30 mil km2, encontra-se em áreas adjacentes do Paraguai e da Bolívia, juntas à fronteira brasileira.
Sua área é reconhecida pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera, sendo ainda uma das 35 Grandes Regiões Naturais do planeta (Wilderness). Possui também três áreas classificadas como sítios Ramsar, reconhecidas internacionalmente por sua importância ecológica e ambiental.
É um dos poucos lugares do mundo onde observa-se facilmente uma imensa quantidade e variedade de animais e plantas a olho nu. Ali já foram registradas pelo menos 3.500 espécies de plantas, 463 de aves, 124 de mamíferos, 177 de répteis, 41 de anfíbios e 325 espécies de peixes de água doce, sendo algumas sob risco de extinção.

Diferentemente da Amazônia, onde há grandes extensões de florestas públicas, mais de 90% da área do Pantanal é propriedade privada. A convivência harmoniosa entre homem e natureza se estabeleceu ao longo dos séculos, tendo a pecuária extensiva como sua principal matriz econômica, a partir do século 19, com o estabelecimento de imensos latifúndios de famílias pioneiras originárias, em sua maioria, das cercanias de Cuiabá, no século 19.
Considerada a maior planície alagável do mundo, possui variações internas marcadas pelas diferenças de duração das enchentes, de tipo de solo e de composição da vegetação, sendo divido em 11 sub-regiões: de Cáceres, de Poconé, de Barão de Melgaço (no Mato Grosso), do Paraguai, do Paiaguás, da Nhecolândia, de Aquidauana, do Abrobral / Rio Negro, do Miranda, do Nabileque e de Porto Murtinho (em Mato Grosso do Sul). Nota-se que as nomenclaturas são derivadas dos rios ou cidades de cada microrregião, ou no caso do Paiaguás/ Nhecolândia devido aos guerreiros indígenas que viviam na região e em homenagem aos seus pioneiros na colonização (originário de Nheco, apelido de Joaquim Eugênio Gomes da Silva).
Atualmente, 90% de sua área é formada por propriedades privadas, não deixando de haver unidades de conservação nas esferas do poder público e de patrimônio particular. Além da pecuária extensiva, a pesca é também um meio de subsistência para muitos, principalmente aqueles que vivem em cidades às margens dos grandes rios pantaneiros.
Com o incremento do turismo de pesca, a partir dos anos 1980, a atividade da coleta de iscas vivas, que são pequenas espécies de peixes e crustáceos, tornou-se alternativa de fonte de renda para as famílias ribeirinhas, assim como o artesanato, pequenas produções da agricultura familiar, a produção de derivados de alimentos oriundos da flora e da fauna, entre outros. Posteriormente, muitas fazendas adotaram o turismo como segunda atividade econômica, o que possibilitou também que os peões (trabalhadores) atuem como guias turísticos.

Todas essas características, dentre muitas outras, fazem do Pantanal um dos mais valiosos patrimônios ambientais do mundo, com exuberante e rara beleza. Seus recursos, bens e serviços ambientais custam, pelo menos, 112 bilhões de dólares por ano, segundo estudos da Embrapa Pantanal.
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